A PADROEIRA
HISTÓRIA
A primeira referência sobre Santa Cândida foi encontrada no calendário da Igreja de Córdoba e em alguns documentos da antiga Galícia, ambas na Espanha. Mas foi pela tradição cristã do povo napolitano, na Itália, que se concluiu a história desta santa.
A vida cristã de Cândida iniciou quando ela foi convertida, segundo essa tradição, pelo próprio apóstolo Pedro, de passagem por Nápoles. Naquela época, o apóstolo, com destino a Roma, atravessou Nápoles, onde a primeira pessoa que encontrou na estrada foi a pequena Cândida.
Percebeu, imediatamente, que a pobre criança estava doente. Parou e perguntou-lhe se conhecia a palavra de Jesus Cristo. Diante da negativa e em seu ardor de levar a mensagem do Evangelho, Pedro falou-lhe da Boa-Nova, da fé e da religião dos cristãos; curou-a dos males que sofria e a converteu a Cristo.
Assim, Cândida foi colhida pela luz de Deus e curada do físico e da alma. Chegou em casa falando sobre o cristianismo e contando tudo o que o apóstolo Pedro lhe dissera. Muito intrigado e confuso, Aspreno, um parente que a criava, saiu para procurá-lo. Quando se encontraram, com muito zelo, Pedro converteu também Aspreno, que o hospedou em sua modesta casa por alguns dias.
O apóstolo acabou por catequizar os dois e, em seguida, batizou-os e ministrou-lhes a primeira eucaristia durante a celebração da Santa Missa. Esse local recebeu o nome de “Ara Petri”, que significa Altar de Pedro. Depois, antes de partir, o apóstolo consagrou Aspreno primeiro bispo de Nápoles e pediu para a pequena Cândida continuar com a evangelização, salvando as almas para Nosso Senhor Jesus Cristo.
Aquele lugar onde fora celebrada a Santa Missa por são Pedro tornou-se de grande veneração por Cândida. Ela deixou seu lar, com todos os confortos, preferindo passar seus dias numa gruta escura nas proximidades de “Ara Petri”, onde vivia em penitência e oração, catequizando e convertendo muitos pagãos. Após alguns anos, o número de cristãos havia aumentado muito.
Por isso, quando o imperador romano ordenou as perseguições contra a Igreja, os convertidos foram obrigados a fugir ou esconder-se. Então, o bispo Aspreno embarcou Cândida, junto com outros cristãos, com destino a Cartago, no norte da África, tentando mantê-los a salvo da implacável perseguição, mas não conseguiu. Foram alcançados, presos e torturados. Cândida foi levada a julgamento e condenada à morte porque se negou a renunciar a fé em Cristo.
No Martirológio Romano, encontramos registrado que a virgem e mártir cristã Cândida morreu no Anfiteatro dos martírios de Cartago, no dia 20 de setembro. Suas relíquias, encontradas nas Catacumbas de Priscila, agora estão guardadas na igreja Santa Maria dos Milagres, em Roma.
Muitos séculos mais tarde, pesquisas arqueológicas feitas na cidade de Nápoles encontraram no local “Ara Petri” um antigo cemitério de cristãos. O fato colocou ainda mais devoção sobre a figura de Santa Cândida, eleita pelos fiéis como padroeira das famílias e dos doentes.
Ela recebe, no dia 20 de setembro, as tradicionais homenagens litúrgicas confirmadas pela Igreja.
ORAÇÃO
Gloriosa Santa Cândida, protetora das famílias, socorro dos doentes e que realizastes a um grau heroico o ideal da mulher cristã, nós recorremos a vós para alcançar de Deus a graça da fidelidade ao nosso batismo. Guardai em nossas famílias a fé viva da Doutrina Cristã e a obediência ao
sucessor de São Pedro, o Sumo Pontífice. Ajudai as nossas famílias; levai alívio e saúde do corpo e da alma aos nossos doentes; protegei-nos em nossos negócios temporais e espirituais e alcançai-nos a salvação eterna, pelos méritos da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!
HINO
Ó Santa Cândida, nossa padroeira
Cheios de amor queremos te louvar,
Somos amigos, queremos te amar
Acolhe-nos que somos peregrinos,
Precisamos de um apoio maternal.
Tua benção tão querida pedir vimos,
De amor hospitaleiro és fanal.
Da Igreja ao chefe, desta tua mansão;
De Deus a graça em troca recebeste.
No batismo encontraste a salvação;
E em apóstola ardente converteste.
D'alma e corpo, a saúde suplicamos;
Paz nos lares e amor no coração;
Consciência mais cristã nós impetramos,
P'ra vivermos unidos na oração.
Hoje, no Ipiranga, somos teus fiéis;
Tuas grandes bênçãos, sempre recebemos;
Dá-nos um dia nos céus os lauréis;
E felizes um dia viveremos.